SINAIS DE QUEDA DO GOVERNO...
Depois do Scapa, José Teixeira, Presidente da Editur, numa entrevista ao jornal online –liberal, fala do mau ambiente de negócios, da falta de medidas por parte do Governo e da importância do sector privado na economia (ignorada pelo Governo).
Ignorar o sector privado é afundar a nossa economia, é destruir o nosso futuro, é correr o risco de termos milhares de pessoas desempregadas, é fazer aumentar a pobreza. Sem trabalho e sem alternativas, os jovens correm do risco de entrar no mundo da criminalidade. É isso que o Governo deseja para o nosso país?
Segundo Teixeira:
“...Que existe crise todo o mundo sabe. Ela é internacional e tem sido noticiada em todos os jornais do mundo. O importante aqui não é a confirmação da crise, mas o que se está a fazer para minimizar o seu impacto....
...É o que diz o meu amigo e colega, Jorge Spencer Lima. Os discursos são óptimos, mas tem havido resistência em pôr em prática o que é anunciado pelo Chefe do Governo....
...Pode até haver políticas. Só que estas nada significam se não são postas em prática...
. ...Muitos agentes da administração e também do governo reagem e resistem devido a um sentimento anti-empresa e anti-empresário. Pensam que os empresários ficam ricos à custa dos outros, o que não é verdade.
....É preciso lembrar a todos que o sector privado emprega hoje muito mais gente que o Estado. A não ser que o Governo pense que deve ser o Estado a assegurar emprego à maioria dos cabo-verdianos, não tem outra alternativa senão criar as condições para o reforço do tecido empresarial para que este cumpra o seu papel de promover o crescimento económico do nosso país e proporcionar emprego àqueles que necessitam.
....É preciso também de dizer que a maior parte das receitas do Estado provêm das actividades das empresas através do IVA e das taxas alfandegárias. Menos actividade empresarial significa menos receita para o Estado, menos receita para os trabalhadores e, por conseguinte, mais pobreza.
Teixera faz a seguinte alerta:
....O Governo deve fazer um esforço imediato com vista a melhoria do ambiente de negócios e desenvolver a parceria publico-privado. As empresas que operam no sector do turismo podem ser boas ou más. Mas são estas as empresas que temos. Se se afogarem ou desaparecem, acabará também o sonho do desenvolvimento do turismo em Cabo Verde. A menos que o Governo tenha a pretensão de criar empresas estatais para operar no sector do turismo. Se não for essa a sua pretensão, tem que trabalhar com as empresas existentes e ajudá-las a melhorar o seu desempenho como forma de proteger o destino Cabo Verde. Não é para enriquecer os empresários, mas sim para proteger Cabo Verde como destino turístico de qualidade”.