quinta-feira, 14 de outubro de 2010

A estória do José e do Carlos

“Barriga está em primeiro lugar; Estudo está em primeiro lugar; Saco vazio não fica em pé; A Pessoa é o centro da Sociedade e do Direito; A dignidade da Pessoa humana deve estar, sempre, presente em todas as decisões dos governantes.”

Estas são algumas frases que devemos ter sempre em conta nas decisões que tomamos, na nossa vida pessoal, profissional e política. Se fosse Governante, nunca ignoraria tais afirmações. São sábias e devem ser valorizadas.

O Senhor José cometeu um grande erro, um grande pecado quando ignorou estas frases sábias proferidas por pessoas sábias.

O Senhor José, é líder de uma tribo com mais de 400 pessoas. José sucedeu o ex-líder Carlos. José encontrou a tribo farta, homens, mulheres, jovens, crianças, todos tinham o que comer, o que fazer. Todos viviam num clima de paz, de tranquilidade, de harmonia, de felicidade.

As crianças, os jovens, podiam estudar, tinham sonhos, tinham esperanças, acreditavam e lutavam por um futuro melhor. Nunca faltava um pão de cada dia, todas as famílias tinham comida à mesa, pois, para o ex-líder Carlos, a barriga está em primeiro lugar, os estudos estão em primeiro lugar. O Carlos preocupava-se com cada um dos membros da sua tribo.

Carlos tratava os membros da sua tribo com respeito, amizade e todos eram livres e iguais, tinham as mesmas oportunidades. Por causa das boas práticas do Carlos, José encontrou a tribo com muito prestígio, e, por causa disso, recebeu prémios, ajudas, dinheiro e todos pensaram que teriam uma vida, ainda, melhor, afinal tinham mais condições e mais apoios.

Infelizmente, não foi o que aconteceu. José fez estradas, melhorou alguns acessos, mas esqueceu do lar, da casa dos membros da sua tribo. Ajudou outras pessoas a ganharem dinheiro com suas obras, mas esqueceu daqueles que realmente são importantes. Só ajudou os mais próximos, acabou com o tratamento igual, acabou com a igualdade de oportunidades. A maioria dos jovens deixou de estudar, muitos ficaram sem fazer o que fazer. Os conflitos na tribo tornaram-se constantes, assaltos, brigas, acabou a tranquilidade.

Hoje os membros da tribo estão revoltados, descontentes e querem, novamente, ter o Carlos como líder. Perceberam que a barriga das pessoas está em primeiro lugar. Entenderam que os estudos estão em primeiro lugar. Já sabem que o líder deve governar para os membros da tribo e não para um conjunto de amigos ou de empresas.

O José tenta ainda iludir os membros da tribo, faz promessas, lança primeira pedra, fazer algumas obras, mas ninguém mais acredita no José. Todos estão conscientes que a situação na tribo tem de mudar.

Uma casa, uma aldeia, uma tribo, uma vila, uma cidade, um país, uma sociedade, são feitas por pessoas, por homens e mulheres. Antes de termos qualquer outra preocupação, devemos preocupar com o bem-estar destas pessoas. Só é bom líder, aquele que preocupa com as pessoas.
Tal como esta tribo, Cabo Verde, também, “mesti muda”. Precisamos governar para as pessoas.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

“COPY / PASTE”

Já sabíamos que o Governo está esgotado, sem projectos, sem imaginação, sem ideias, sem originalidade. Mesmo assim contávamos que José Maria Neves se esforçasse um pouco mais, tentasse criar um slogan, alguma frase no seu estilo poético e eleitoralista.

JMN foi, ao longo de 10 anos, um homem de discursos, de promessas não cumpridas. O homem tinha a capacidade de inventar verdades, criar ilusões e recitar poesias. Tinha, pelo menos, estas capacidades. E convenhamos, para criar ilusões e fazer propaganda política é preciso alguma imaginação, dá algum trabalho. O homem fazia algum esforço no seu discurso.

Neste momento, o nosso Primeiro-ministro já não consegue pensar, imaginar, inventar, limita-se a copiar, ao copy paste. O Zemas, na abertura do ano político do PAICV, copiando os slogans do MpD : “Cabo Verde precisa de mudar” e “mesti muda”, usou como refrão no seu discurso, a frase: "Cabo Verde está a mudar e o PAICV é a força desta mudança".

Ouvindo o discurso do Primeiro-ministro dei uma grande gargalhada. Será que o homem também fez o curso seguindo a regra do “copy / paste”? Será que já não tem quem lhe escreva os discursos?

Em Cabo Verde, em todas as Universidades quem copia tem a prova anulada. Será que vamos anular os discursos do JMN ou vamos, simplesmente, chumbá-lo em 2011? A segunda opção já está garantida.

Um Primeiro-ministro que se auto-proclama “estrela”, ainda que “estrela cadente”, ou seja, estrela a cair, deve ter a preocupação de não decepcionar, de não envergonhar os cabo-verdianos. Sinceramente, copiar é muito feio.

Afinal, quem governou o país durante 10 anos, deve sair com alguma dignidade. Será uma pena se o JMN vier, no futuro, a ser recordado como o Primeiro-ministro do “copy / paste”.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

FALTA DE APOSTA NA EDUCAÇÃO

I. FALTA DE APOSTA NA EDUCAÇÃO

Quando escrevi sobre os sete pecados do Governo, elegi a falta de aposta na Educação como um dos sete pecados do Governo. De facto, este Governo ignorou, completamente, a educação. Esqueceu que devemos apostar nos nossos jovens, dar-lhes oportunidades de prosseguirem os estudos.

Carlos Veiga denunciou a falta de preocupação deste Governo com a Educação. Salientando que, em 10 anos não foi feito nenhuma reforma de fundo.

É realmente frustrante saber “que milhares de jovens estão fora do sistema por falta de recursos, sendo que quase metade dos desempregados têm o ensino secundário completo e mais de mil, formação superior”.
É gravíssimo saber que “pouco
dinheiro disponibilizado pelo Estado para bolsas escolares (menos de 1% dos gastos do Estado), bem como a desmotivação dos professores sem estímulos para a sua formação, sem valorização de mérito, com as carreiras bloqueadas e sujeitos a discriminação política”.

O Governo esqueceu dos cabo-verdianos. Não governou para as pessoas e nem sequer preocupou-se com os recursos humanos. Para José Maria Neves é suficiente saber que somos os melhores de África, isto é, os menos maus exemplos. Estes elogios ofuscaram a mente dos nossos governantes e esqueceram do essencial, esquecerem de cuidar, de preocupar com cada um dos cabo-verdianos. Resultado: menos bolsas de estudos, mais desemprego, e jovens à deriva.

II. MAIO ISOLADO E SEM DIREITO AO PÃO DE CADA DIA
Os maienses não têm direito a comer pão. O Governo privou os maienses de ter pão à mesa. Lembro que o meu sobrinho, comia dois pães ao pequeno-almoço. Pão com queijo de cabra de Maio, pão com manteiga ou simplesmente pão. Pão com café ou leite é sagrado no pequeno-almoço. Muitas famílias não dispensam o pão no pequeno-almoço e muitos adultos não dispensam o pão no jantar.

Como é possível um governo privar uma ilha de ter pão à mesa. Como é possível impedir que as crianças do Maio comam pão antes de ir para escola? Será que os maienses não fazem parte deste país? Será que não temos os mesmos direitos? O que foi que fizemos ao José Maria Neves?

Pior ainda é ver alguns maienses que, pensando unicamente nos interesses pessoais, nos seus “tachos”, traem os maienses para agradar o Primeiro-ministro em troca de um cargo, de uns projectos ou de mais uns tostões. Estes maienses não têm amor à ilha e não merecem o voto dos maienses. Estou certo de que serão castigados em 2011. Nenhum deputado para o PAICV será a forma como os maienses demonstrarão o total descontentamento.

III. O GOVERNO QUE CONFUNDE AJUSTE DIRECTO COM BOA GOVERNAÇÃO PEDE UM SEGUNDO MANDATO

O líder do PAICV, na abertura do ano político pediu mais um mandato à frente do Governo de Cabo Verde. Para JMN: "Cabo Verde está a mudar e o PAICV é a força desta mudança".

Vejamos o que significa mudar Cabo Verde para o Governo de José Maria Neves. Segundo o Jornal “Já”, entre 2005 e 2009, O Governo já adjudicou directamente, às empresas de construção portuguesas, obras que ultrapassam os 13 milhões de contos. O jornal refere 13 obras que foram adjudicadas por ajuste directo. 13 obras, 13 milhões de contos sem concurso, e em que as nossas empresas foram excluídas, em que os cabo-verdianos foram deixados de fora.


José Maria Neves pede um terceiro mandato, defende que temos boa governação e temos um país de infra-estruturas. É preciso referir também que este é um Governo de ajuste direito. Um Governo que não gosta de concurso, que não gosta de igualdade de oportunidades, que gosta de troca de favores entre camaradas, prejudicando, assim, os nossos empresários. Mais um dos pecados: o estrangulamento da nossa economia.

Estas práticas não se enquadram no conceito de boa governação, por isso, está claro que o PAICV não merece um terceiro mandato.

IV. SINAIS DE DESESPERO E MEDIDAS ELEITORALISTAS: CARTÃO JOVEM

A traição à juventude foi o primeiro dos pecados do Governo apresentados por mim. De facto, em quase 10 anos, o Governo não apresentou nenhuma política para a juventude. Fez aumentar o desemprego entre os mais jovens, esqueceu que os nossos jovens, também, têm direitos, são cabo-verdianos e merecem oportunidades.

Estando no fim do mandato, tendo consciência que nada fez, o Governo resolve apresentar o Cartão Jovem. Trata-se de uma manobra, mais uma propaganda de desespero visando a angariação de alguns votos.

Trata-se de mais um sinal de desorientação do Governo. Foram tantas as falhas deste Governo que não há milagre possível que o possa salvar de perder as eleições.

Porquê só agora o cartão jovem? Porquê só agora o Governo acordou e viu que temos uma sociedade de jovens? Os nossos jovens mereciam e merecem mais.

Tarde demais, o descontentamento é geral. Cabo Verde “mesti muda”.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

O ESTADO DA JUSTIÇA EM CABO VERDE

O Presidente do Supremo Tribunal de Justiça entregou à Assembleia Nacional o relatório sobre o estado de Justiça em Cabo Verde. Trata-se de mais uma oportunidade para discutirmos a situação da justiça em Cabo Verde. Contudo, os anos passam e a justiça contínua com os mesmos problemas, continua extremamente Os sucessivos relatórios identificam os problemas, apontam soluções, infelizmente, falta a quem de direito tomar medidas.

Por seu lado, os discursos dos Bastonários da Ordem dos Advogados apresentam os vários constrangimentos. A sociedade civil já consegue identificar quase todas as falhas de justiça. Qualquer cidadão, atento, consegue sugerir algumas medidas para o sector, critico, porém, importantíssimo da nossa sociedade.

Infelizmente, do Governo não temos uma sugestão, nenhuma medida. Não me parece que este Governo esteja preocupado com a justiça. Estou convicto de que a justiça precisa de uma profunda reforma. Os juízes, os procuradores, são vítimas como o cidadão comum. Pois, para além de não usufruírem de uma retribuição digna, são em número insuficiente.

Ter demorado tanto tempo para a instalação do Tribunal Constitucional, apesar dos sucessivos apelos dos juízes, dos advogados e da sociedade, constitui, um claro exemplo de que a justiça não foi uma prioridade na governação do PAICV.

A Justiça é um dos pilares de qualquer sociedade e constitui um desígnio e imperativo de qualquer Estado de Direito Democrático. Outrossim, o funcionamento da justiça é um dos requisitos de um país competitivo e que pretende atrair investimento externo.

Não se percebe como podemos falar da boa governação, de investimento externo e esquecer as reformas que a justiça exige. Isso não é governação, é desgovernação e precisamos mudar o estado da Justiça.

II. A LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA FAZ NOVAS VITIMAS

“São Vicente acordou envolto num manto escuro da morte. Três vidas foram soterradas nas areias do Morro Branco, quando procuravam o pão para alimentarem as suas famílias”. In www.asemana.publ.cv

A pobreza, a miséria no nosso país faz com que cabo-verdianos, sem oportunidades, arrisquem as suas vidas. Lutam pelo pão de cada dia em constante perigo. Fogem a fiscalização e por vezes à legalidade, tudo para poderem sustentar os seus filhos.

Fala-se em falta de fiscalização. É verdade que o nosso país existe falta de fiscalização em quase todas as áreas. Mas o exemplo de São Vicente não é apenas um problema de fiscalização. A questão é bem mais séria, estamos a falar de pobreza, de falta de oportunidades. Estamos a falar de uma ilha que foi abandonada por este Governo e em que a pobreza aumenta a cada dia.

Precisamos criar mais empregos, mais oportunidades. Quem não tem opção, tem de lutar pela vida, fiscaliza-se aqui e ele procura um outro canto para procurar comida para os seus filhos. Continuará a correr perigo, pois sabe que, se não correr risco, morrerá de fome.

Está na hora de pensarmos nestas pessoas, de governar para os cabo-verdianos, de combater pobreza. Chega de discursos e ilusões, vamos governar para que mais cabo-verdianos não tenham uma morte tão estúpida. Este é o país real.

III. OS PRIMEIROS LICENCIADOS EM SERVIÇO SOCIAL PELO ISCJS

Com quatro anos de existência o Instituto Superior de Ciências Jurídicas e Sociais acaba de fornecer ao país os primeiros licenciados em Serviço Social nesta instituição.

Estar com estes finalistas fez-me regressar ao ano 2003 e recordar o dia em conclui a licenciatura em Direito. Momento único, momento que nos faz chorar, gritar, sorrir, uma mistura de sentimentos que não se consegue explicar, apenas sentir. Na verdade, os melhores momentos da vida não são possíveis de descrição, sentimos, vivemos apenas.

Desejo toda a sorte do mundo aos novos licenciados. Que Deus vos abençoe e que possam realizar os vossos sonhos.

É preciso ter a consciência que terminaram uma etapa e entraram noutra. O estudo, a pesquisa, o trabalho devem ser permanentes. O sucesso só se consegue com muito trabalho e muita dedicação.

Cabo Verde precisa de rigor e excelência. Espero que possam dar o vosso contributo para o desenvolvimento do nosso país. Podem, são capazes, têm de acreditar e continuar a trabalhar.

IV. NOVOS INSPECTORES NO MERCADO

Continuado com o sentimento de terminar uma etapa, não posso deixar de dar os meus parabéns aos trinta e um formandos que finalizaram o Curso de Estudo Superior Profissionalizante (CESP) em Inspecção Fito /Zoo Sanitária.

Foi com enorme prazer que leccionei neste curso e tive oportunidade de aprender muito. Conheci Jovens de diversas ilhas com esperanças num futuro Jovens com muita capacidade, que podem voar, conquistar novos horizontes. Infelizmente, o país não oferece muitas oportunidades aos nossos jovens.

A educação deveria ser sempre uma prioridade, alcançar o desiderato de excelência deveria ser uma preocupação diária do nosso Primeiro-ministro. Aguardamos por dias melhores no futuro.
V. O RIDICULARIDADE DE JMN

Já que falamos em educação, não posso de frisar aqui o momento de alucinação, de desespero do nosso Primeiro-ministro. Durante a cerimónia da abertura do ano lectivo no Liceu Amílcar Cabral na cidade de Assomada na semana passada, JMN afirmou, estranhamente, o seguinte: “Não tenham dúvidas, o jovem que sai do Liceu Amílcar Cabral, vai aos Estados Unidos tem mais e melhor preparação que os jovens que saiem do High School nos Estados Unidos da América”.

O homem considera que o país está perfeito, é tanta propaganda que chega a tornar-se ridículo. Mais uma prova de que o país tem de mudar. Assim, de boa governação corremos o risco de tornarmos “chacota” internacional. Temos de mudar, antes que os danos da desorientação de JMN se tornem irreversíveis.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

18 ANOS DA NOSSA CONSTITUIÇÃO

I. 18 ANOS DA NOSSA CONSTITUIÇÃO
A nossa Lei-Magna entrou em vigor no dia 25 de Setembro de 1992. Este dia marca o início de uma nova era e de um novo Cabo Verde. Ficava, assim, para trás, os traços característicos do regime do partido único e entrávamos para a lista dos Estados de Direito Democrático.

25 de Setembro de 1992, constitui, sem dúvida, um marco importante na nossa história. A nossa Constituição sofreu, recentemente, uma nova revisão, trazendo ganhos significativos no sector da justiça, nomeadamente com a criação do Tribunal Judicial da Segunda Instância e a determinação de que acesso ao cargo de juiz do Supremo Tribunal de Justiça só é possível mediante concurso público.

Contudo, é preciso instalar o Tribunal Constitucional, o Provedor de Justiça e o Tribunal Judicial da Segunda Instância. Não basta o texto da Constituição.

A propósito dos 18 da Constituição, convém recordar que uma Constituição moderna, consagrando o respeito pela dignidade da pessoa humana, um Estado de Direito Democrático e a consagração de um catálogo de Direitos, Liberdades e Garantias, é condição sine qua non para que possamos ser respeitados neste mundo global e ser merecedores do reconhecimento internacional.

No processo de aprovação da nossa Constituição, convém relembrar que os deputados do PAICV abandonaram a sala, ou seja, viraram costas à nossa lei mãe. Um acto que marca, pela negativa, o processo da aprovação da nossa Constituição e revela que o PAICV não estava, ainda, preparado para conviver com um Estado de Direito Democrático.


II. FESTA DA MUNDANÇA: CABO VERDE “MESTI MUDA”

18 anos da Constituição também foi comemorado pelo MpD com a festa da mudança. Um comício festa na Gamboa. Uma grande festa que juntou mais de 70 mil pessoas que ouviram, atentamente, o Dr. Calos Veiga.

Veiga fez um discurso que transmitiu confiança aos presentes. Confiança em dias melhores, confiança que em 2011 os cabo-verdianos viverão melhor, com mais dignidade, com mais emprego, com segurança, com mais oportunidades para jovens.

Veiga mostrou-se preocupado com as pessoas, com os cabo-verdianos, com o nosso bem-estar. Demonstrou-nos, provou-nos que Cabo Verde “mesti muda”.

Precisamos mudar e sair desta estagnação, sair deste sofrimento, sair do poço a que fomos empurrados pelo Governo do PAICV. Cabo Verde “mesti muda”.

Tanta insegurança, tanto desemprego, jovens desorientados e sem oportunidades. Não é este Cabo Verde que merecemos e sonhamos. Cabo Verde, de facto, tem de mudar.

II. FIGURA DA SEMANA

Esta semana, elegemos como figuras da Semana, todos aqueles que fizerem parte do processo da aprovação da nossa Constituição. À todos um muito obrigado por este legado histórico.

Cabe-nos zelar pelo cumprimento da Constituição e adapta-la às novas exigências e aos novos tempos.

Outrossim, é necessário um trabalho de divulgação da nossa história, da nossa Constituição nas escolas, nas universidades, nas nossas casas e nas nossas conversas com os amigos.

A leitura do Livro: “As Constituições de Cabo Verde e Texto Históricos de Direito Constitucional Cabo-Verdiano” do Dr. Mário Silva é, vivamente, aconselhada.

IV. TRAIÇÃO DA SEMANA

A demolição da casa do Dr. Adriano Duarte Silva em São Vicente e postura totalitária e anti-democrática do Governo mancha os 18 anos da Constituição. O Governo ignorou a voz da sociedade civil, uma voz importante na consolidação da democracia.

O “MOVIMENTO PARA A SALVAGUARDA DO PATRIMÓNIO URBANÍSTICO”, deu-nos uma lição de democracia e de defesa dos interesses do país e da ilha de São Vicente. Preservar a casa do Dr. Adriano Duarte Silva é um direito e um dever da população de São Vicente. Não se percebe esta atitude da Governo, não se percebe esta apunhalada na população de São Vicente e na nossa Constituição.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

A desmotivação de Neves

No dia 10 de Fevereiro de 2010, José Maria Neves entrou no mundo dos blogs (www.josemarianeves.blogspot.com). O blog criou expectativas entre os que navegam neste mundo. Não podia ser diferente, trata-se do blog do Primeiro-ministro de Cabo Verde. Prova disso é o registo imediato de 70 seguidores.

Porém, infelizmente, foi uma expectativa frustrada. Desde então, o nosso Primeiro-ministro apenas publicou 3 notas (nos dias 10, 15 e 18 de Fevereiro).

Passaram 7 meses e nada mais foi publicado no blog do JMN. O Primeiro-ministro justificou a criação deste espaço com a “necessidade comunicacional a vários níveis, na premissa que a essência das relações humanas se deva basear no conhecimento e na circulação de pensamentos e das ideias”.

Sendo assim, muitos estranham esta ausência de JMN. Será que não sente mais necessidade de comunicar ou não tem mais ideias? Será que o nosso Primeiro-ministro está desmotivado e não consegue escrever um post? Onde foram as ideias?

Pessoalmente, acho natural esta ausência e esta falta de ideias. Afinal foram 10 anos de governação, 2 mandatos, o cansaço é natural e o nosso Primeiro-ministro também é humano.

O que não é normal é o facto de o homem ter consciência que está desmotivado e sem ideias e mesmo assim insistir em ser, novamente, candidato a Primeiro-ministro. Oh! homem vá descansar, não cause mais danos ao país que somos capazes de lhe perdoar as asneiradas feitas ao longo destes 10 anos.

Mas se insistir nesta palhaçada vai perder feio e sairá pela porta dos fundos. MpD ganhará as eleições com maioria qualificada. Alguém quer apostar? Estou certo de que JMN não entraria nesta aposta, pois sabe que tenho razão.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A Desorientação do PAICV

I. PAICV desorientado com a visita do Veiga à ilha do Maio

A semana passada semana ficou marcada pela visita do Veiga à Ilha do Maio. Durante três dias Veiga transmitiu esperanças à população maiense. Ninguém duvida de que, Maio foi abandonado durante 10 anos por este Governo. Nenhum investimento foi feito na Ilha e a ligação marítima é um problema para a população e para os comerciantes.

A presença do Veiga no Maio revelou que ainda podemos ter esperanças em dias melhores. Revelou que Maio está com MpD e que, desta vez, PAICV não conseguirá eleger nenhum deputado. Chegou a hora dos maienses castigarem o PAICV por 10 anos de sofrimento.

Claro que a visita do Veiga deixou a Comissão Politica regional da PAICV no Maio desesperado. O desespero foi tanto que, Fernando Frederico veio em defesa do PAICV e insultando, uma vez mais, o Presidente da Câmara do Maio.

II. Unidade Incineradora da Praia: Mais um exemplo de Boa Governação do PAICV

O caso da Unidade Incineradora da Praia é mais um exemplo da boa governação do PAICV. Tratou-se de um negócio sem transparência e claramente lesivo dos interesses dos praienses. De resto, este Governo nunca gostou de concursos e de estudos.

O José Maria Neves tem razões que o país desconhece. Este caso revela que o Governo toma decisões sem pensar, sem estudar. Estas atitudes podem trazer graves prejuízos ao país.

Não se percebe o porquê do Governo ter assinado três acordos com três entidades e no fim resolve extinguir Unidade Incineradora da Praia. Não seria necessário chegar a este ponto se o governo tivesse ouvido as preocupações do MpD. Mais um sinal de que não podemos confiar neste Governo.

III. FIGURA DA SEMANA

O INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS é a figura da semana. O Instituto realiza, na Praia, dia 24 deste mês, um colóquio para assinalar os 18 anos da Constituição da República. O colóquio será subordinado ao tema “18 ANOS DE ESTADO CONSTITUCIONAL, DE DIREITO E DEMOCRÁTICO”.

Trata-se de mais uma grande iniciativa desta instituição que tem dado um grande contributo no ensino superior em Cabo Verde. Meus parabéns pela iniciativa.

De realçar também que o Instituto abrirá as portas este ano com mais três cursos (Relações Internacionais; Ciência Política e Administração e Economia).

IV. DELÍRIO DA SEMANA

Fernando Frederico, dirigente da Comissão Politica regional da PAICV no Maio, acusa os dirigentes do MpD na ilha de estar com “dores e cotovelo” e de estarem a enganar e manipular a população com “ ladainhas enganosas” sobre a intervenção do governo na ilha. Segundo este dirigente, p PAICV tem feito um óptimo trabalho no Maio e a Câmara Municipal do Maio não tem feito nada.

A visita do Veiga à Ilha do Maio, deixou a Comissão Política Regional do PAICV no Maio desorientada, com delírios e ilusões.

Onde estão os trabalhos feitos na Ilha do Maio pelo PAICV? Só se estiverem escondidos em casa de algum dos seus dirigentes.

PAICV no Maio habituou-nos a mentira, a insultos, a desonestidade e a perseguição. Não se vislumbra, nem no fundo do túnel, nem uma luz sobre o trabalho do PAICV do Maio.

Onde está o centro de saúde que o Governo?
Onde está o Liceu feito pelo Governo?
Onde estão as obras feitas no Porto do Maio?
Onde estão os barcos que ligam a Ilha do Maio às demais ilhas de Cabo Verde?
Defender o Governo na Ilha do Maio é ser advogado do diabo, é trair todos os maienses. É não merecer o respeito dos maienses.

Pior cego é aquele que não quer ver. Mais grave ainda é o cego que delira e vê o que não existe.
Os dirigentes do PAICV apenas estão preocupados com os seus interesses e bem-estar. Nunca preocuparam com os interesses dos maienses. São fiéis ao Governo e traidores da Ilha. A população do Maio está atenta e vai mostrar o seu descontentamento em 2011.

Acho que não devemos levar Frederico a sério. Trata-se de mais um delírio, do delírio da semana.
V. SINAIS DE MAUS TEMPOS

Esta semana tivemos mais um claro sinal de maus tempos. Um sinal que já se tornou habitual na capital do país que já conta mais 18 cidades. A Electra deixa-nos sem esperança e sem sinais de tempos melhores. É sinal de que, ao contrário do slogan “Novos Tempos, Novas Respostas” ou “Nação Vencedor”, continuamos com claros sinais de maus tempos sem solução a vista. Será que não existe nenhum decreto para resolver o problema da Electra?