domingo, 21 de março de 2010

O candidato presidencial: o peso da militância

Segundo Carlos Veiga, é ainda prematuro escolher o candidato que o seu partido irá apoiar nas eleições presidenciais de 2011 (liberal online).

Optar por apoiar este ou aquele candidato não faz nenhum sentido neste momento. Apesar das manifestações e movimentações nos dois partidos, os dois líderes estão concentrados e preocupados, neste momento, com as legislativas. De resto, não podia deixar de ser diferente.

Contudo, qualquer cidadão que preencha os requisitos estabelecidos pela Constituição, pode manifestar a sua disponibilidade e assumir-se como candidato. Neste momento não faltam candidatos disponíveis. Do lado do PAICV, sempre acreditei e continuo a acreditar que o candidato será o próprio José Maria Neves. Dos possíveis candidatos do PAICV, Aristides Lima parece ser o homem com o melhor perfil (admiro o homem), porém, infelizmente, JMN vai lhe puxar o tapete (coisas da política).

Pelas bandas do MpD, também vão surgindo alguns nomes (Isaura e Amilcar Spencer Lopes). Próximo do MpD surge, ainda, mais um candidato (Jorge Carlos Fonseca). Digo próximo já que o Zona não é militante do partido, apesar de ter mais afinidades com o MpD.

Zona começou cedo a sua corrida rumo ao Palácio do Plateau (talvez cedo demais). Neste momento, entendo que tanto Zona como o Aristides Lima já não podem desistir. Começaram cedo e já nadaram muito, agora resta-os, na condição de cidadãos cabo-verdianos, serem candidatos, com ou sem apoio de partidos políticos. Quando se corre o risco deve-se ir até ao fim. Afinal pretendem servir os cabo-verdianos e isso implica sacrifício.

Certo é que, nenhum deles poderá reclamar a falta do apoio partidário. Ambos são cidadãos livres e resolveram entrar na corrida, anteciparam aos partidos políticos na tentativa de assegurar o apoio, optaram por arriscar e como tudo na vida, quem arisca ou petisca ou cai do cavalo.
Nenhum dos partidos apresentou ainda o perfil do seu candidato e pode ser que nenhum deles se enquadre no perfil desenhado por Neves e Veiga.

No que diz respeito ao JMN, este vai fazendo com que o Inocêncio diminua o peso dos outros candidatos entre os militantes. Na Hora H assumirá a sua própria candidatura (a política é interessantíssimo!).

Veiga vai esperar pelo momento certo, o MpD tem de concentrar nas legislativas. Este é o objectivo principal. De resto, vencendo as legislativas significará, também, uma vitória nas presidenciais. Neste caso impõe-se a pergunta: a quem o MpD deve atribuir este prémio, quem será o militante do MpD a ser apoiado pelo MpD como candidato presidencial?

Juridicamente o candidato a PR é um candidato supra partidário, por isso as candidaturas são propostas por um mínimo de mil e um máximo de quatro mil cidadãos eleitores e não por partidos políticos. Estes apoiam. Contudo politicamente é um candidato partidário, dependerá da máquina partidária para ganhar as eleições. Neste sentido os candidatos aguardam, ansiosamente, o apoio dos partidos, pois, é o que interessa. O discurso de supra partidário não faz ninguém chegar ao palácio do Plateau. A boleia das legislativas é fundamental.

Ao definir o perfil do homem que deverá receber esta boleia, para além das imposições constitucionais, a militância deverá ser, no meu ponto de vista, um dos critérios. Primeiramente é de se apoiar um militante do partido, não havendo procura-se pelas figuras próximas ou independentes.

Assim é a política e só assim se justifica ser militante de um partido político. Esquecer este pormenor é ignorar, por completo, a noção de partidos políticos e desincentivar aqueles que ora militam ou pretendem militar no partido.

sábado, 20 de março de 2010

O crime compensa

Muitos cabo-verdianos, muitos homens e mulheres, muitos desempregados, gostariam de ter um encontro com o Primeiro-Ministro de Cabo Verde. O homem que tem nas mãos a governação do país e que foi eleito para resolver os problemas dos cabo-verdianos. Muitos gostariam de ter a oportunidade de falar do desemprego, do ensino superior, da saúde, a diáspora gostaria de desabafar ou simplesmente ter uma oportunidade de investir no seu país.

Eu gostaria de falar sobre os sete pecados do Governo. Infelizmente, JMN não tem tempo para receber e ouvir os problemas dos cabo-verdianos. Pelo contrário o homem tenta nos fazer de “bobo” dizendo que está tudo bem, a insegurança só existe na nossa imaginação, o desemprego idem. Quem for tolo ou depende das esmolas do JMN vai repetindo as barbaridades que o homem diz e assim passamos os nossos dias sentindo a dor, afogando no desespero sem esperanças de dias melhores.

Enquanto as nossas mulheres, os nossos filhos, os nossos irmãos esperam e desesperam sem soluções para os seus problemas, enquanto se isolam em casas com grades e cadeados fugindo de um eventual criminoso, enquanto a rua se esvazia ao por sol porque alguém se considera dono de tudo e acima da lei, quer nos levar o telemóvel, a carteira, e por vezes resolve violar as nossas filhas, irmãs, mulheres, enquanto tudo isso acontece na nossa cidade, no nosso país, o Primeiro-Ministro esquece e ignora todos os problemas dos cabo-verdianos e resolve condecorar aqueles que estão a tornar a nossa cidade num verdadeiro caos.

Os thugs serão compensados pelos crimes cometidos. Estes, ao contrário dos cabo-verdianos honestos e trabalhadores, terão direito a um encontro com o JMN. Não se sabe exactamente quais são os problemas que os thugs enfrentam. Contudo, acredito que já devem ter caderno reivindicativo e certamente já haverá um pré-aviso de greve.

O encontro servirá para negociações e no fim darão uma conferência de imprensa apresentando os compromissos do Governo e dos thugs. Entre as reivindicações dos thugs, estarão, seguramente:

Mais e melhores armas;
Desarmamento dos polícias e menos polícias nas ruas;
Proibição de instalação de grades nas janelas;
Extinção das empresas de segurança privada e proibição de guardas nocturnas;
Imunidades para que não possam ser julgados e condenados até as eleições.

Em troca do JMN deverá exigir o voto nas próximas eleições e uma trégua. Os thugs comprometem-se a cometer menos crimes, de modo a criminalidade diminua em, pelo menos, 50% até às legislativas.

Será que o crime realmente compensa ou o JMN julgou que o 1 Abril chegou mais cedo este ano?

sábado, 13 de março de 2010

DECLARAÇÃO POLÍTICA DO MpD

As Raízes do desenvolvimento, as bases da boa governação, os principios fundamentais da nossa Constituição, têm a sua origem na Declaração Política do MpD, de 14 de Março de 1990. Comprova isso, a seguinte referência feita a propósito da Revisão Constitucional.

“Preconizamos uma revisão constitucional que consagre o sistema democrático e pluralista, devendo nomeadamente:
a) a separação efectiva dos poderes legislativos, executivo e judicial;
b) a eleição do Presidente da República por sufrágio directo, secreto e universal;
c) a limitação do mandato do Presidente da República;
d) a incompatibilidade entre as funções de ministro e de deputados;
e) a criação do Tribunal Constitucional;
f) a garantia de condições para a efectiva independência da Justiça;
g) o princípio da existência de partidos políticos;
h) as bases do estatuto da oposição;
i) um sistema eleitoral assente no princípio da representatividade e da proporcionalidade de votos como a única expressão de legitimidade democrática;
j) a autonomia dos órgãos estatais da comunicação social, subtraindo-os da ingerência do Executivo e dos Partidos Políticos”.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Esperança

Nada está perdido e tudo pode ser melhorado. Precisamos acreditar e não perder, nunca, a esperança.

Cabo Verde passa por momentos difíceis, o desemprego aumenta a cada dia e as famílias têm menos dinheiro para gastar. A economia está debilitada e a educação não ajuda muito. As nossas ruas tornaram-se cada vez mais inseguras.

Os cabo-verdianos precisam acreditar que dias melhores virão, que a partir de 2011 tudo pode ser diferente. A democracia faz renascer a esperança, sabemos que teremos oportunidade de mudar o rumo dos acontecimentos, sabemos que poderemos escolher novos caminhos, novas vias.

Sabemos que poderemos castigar aquele que nos levou a esta situação dramática e escolher aquele que poderá mudar o rumo dos acontecimentos.

8 de Março

Que seria de nós sem as nossas mulheres? O que seria deste mundo sem as nossas queridas mulheres? Razões para comemorar 8 de Março? Mil e uma razões para dar um beijo às nossas mulheres, para oferecer uma flor, um carinho ou simplesmente para ouvir e aprender com as nossas, sábias, mulheres.

As mulheres cabo-verdianas merecem sempre mais e melhor. Porquê? Porque são simplesmente as nossas mulheres e as nossas mulheres merecem sempre mais e melhor.
Um beijo com carinho para todas as mulheres cabo-verdianas, em especial as que me são mais próximas.