quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Recordando Djarmai e agradecendo aos meus…

“Pavida” de muitas pessoas estou hoje aqui, altas horas da noite, trabalhando, no meu escritório, sentindo o barulho de carros na Avenida de Achada São Filipe, e pensando talvez em tomar um “caque” antes de dormir. Já diziam os meus amigos de Pedro Vaz que faz bem um “caque” ao adormecer e ao acordar.

Meu cunhado (pai de criação), meus pais, meus irmãos, amigos sempre me ajudaram nos meus tempos de liceu e universidade. Lembro-me do Bitoque (hoje paralisado em cadeiras de rodas) a levar-me 100 escudos para comprar qualquer coisa de comer no liceu, dos maienses que vinham de Holanda, Portugal a perguntarem por Já di Nhanha Francês para me entregarem uns trocos para comprar qualquer coisa.

Pavida destas pessoas, fui me tornando homem, culto, responsável e, pouco a pouco, conhecedor das leis. Hoje, Advogado, recordo com gratidão os muitos maienses que me ajudaram a estudar. Agradeço à minha família, ao meu cunhado (João Baptista Gomes de Pina) o principal responsável pelos meus estudos e por muitas outras coisas que aprendi.

Assim é a vida, somos frutos de muitos esforços. Esforços de amigos, vizinhos, familiares. Vivemos numa sociedade e a sociedade produz pessoas com defeitos e qualidades, virados para lei ou virados para marginalidade. Somos frutos da sociedade, do amor dos próximos e das oportunidades que nos deram. É certo que muitos tiveram oportunidades e não aproveitaram, também é certo que muitos jovens cabo-verdianos não tiveram e não têm oportunidades.

Precisamos criar mais oportunidades para as nossas crianças e os nossos jovens. Esta oportunidade deve ser criada por todos nós. É certo que o Estado tem um papel fundamental neste aspecto, mas todos nós, dentro das nossas possibilidades, devemos dar uma oportunidade ao outro, oportunidade para estudar, trabalhar, brincar, amar, oportunidade para ser feliz.

Já com sono, vou dormir, noutro dia, quem sabe, continuarei a recordar Djarmai, meu berço e, certamente, meu futuro.

1 comentário:

  1. Esse sentimento... Porque só agora? O será que caiu na Real? "Assim é a vida, somos frutos de muitos esforços. Esforços de amigos, vizinhos, familiares. Vivemos numa sociedade e a sociedade produz pessoas com defeitos e qualidades, virados para lei ou virados para marginalidade. Somos frutos da sociedade, do amor dos próximos e das oportunidades que nos deram. É certo que muitos tiveram oportunidades e não aproveitaram, também é certo que muitos jovens cabo-verdianos não tiveram e não têm oportunidades."

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