terça-feira, 12 de outubro de 2010

FALTA DE APOSTA NA EDUCAÇÃO

I. FALTA DE APOSTA NA EDUCAÇÃO

Quando escrevi sobre os sete pecados do Governo, elegi a falta de aposta na Educação como um dos sete pecados do Governo. De facto, este Governo ignorou, completamente, a educação. Esqueceu que devemos apostar nos nossos jovens, dar-lhes oportunidades de prosseguirem os estudos.

Carlos Veiga denunciou a falta de preocupação deste Governo com a Educação. Salientando que, em 10 anos não foi feito nenhuma reforma de fundo.

É realmente frustrante saber “que milhares de jovens estão fora do sistema por falta de recursos, sendo que quase metade dos desempregados têm o ensino secundário completo e mais de mil, formação superior”.
É gravíssimo saber que “pouco
dinheiro disponibilizado pelo Estado para bolsas escolares (menos de 1% dos gastos do Estado), bem como a desmotivação dos professores sem estímulos para a sua formação, sem valorização de mérito, com as carreiras bloqueadas e sujeitos a discriminação política”.

O Governo esqueceu dos cabo-verdianos. Não governou para as pessoas e nem sequer preocupou-se com os recursos humanos. Para José Maria Neves é suficiente saber que somos os melhores de África, isto é, os menos maus exemplos. Estes elogios ofuscaram a mente dos nossos governantes e esqueceram do essencial, esquecerem de cuidar, de preocupar com cada um dos cabo-verdianos. Resultado: menos bolsas de estudos, mais desemprego, e jovens à deriva.

II. MAIO ISOLADO E SEM DIREITO AO PÃO DE CADA DIA
Os maienses não têm direito a comer pão. O Governo privou os maienses de ter pão à mesa. Lembro que o meu sobrinho, comia dois pães ao pequeno-almoço. Pão com queijo de cabra de Maio, pão com manteiga ou simplesmente pão. Pão com café ou leite é sagrado no pequeno-almoço. Muitas famílias não dispensam o pão no pequeno-almoço e muitos adultos não dispensam o pão no jantar.

Como é possível um governo privar uma ilha de ter pão à mesa. Como é possível impedir que as crianças do Maio comam pão antes de ir para escola? Será que os maienses não fazem parte deste país? Será que não temos os mesmos direitos? O que foi que fizemos ao José Maria Neves?

Pior ainda é ver alguns maienses que, pensando unicamente nos interesses pessoais, nos seus “tachos”, traem os maienses para agradar o Primeiro-ministro em troca de um cargo, de uns projectos ou de mais uns tostões. Estes maienses não têm amor à ilha e não merecem o voto dos maienses. Estou certo de que serão castigados em 2011. Nenhum deputado para o PAICV será a forma como os maienses demonstrarão o total descontentamento.

III. O GOVERNO QUE CONFUNDE AJUSTE DIRECTO COM BOA GOVERNAÇÃO PEDE UM SEGUNDO MANDATO

O líder do PAICV, na abertura do ano político pediu mais um mandato à frente do Governo de Cabo Verde. Para JMN: "Cabo Verde está a mudar e o PAICV é a força desta mudança".

Vejamos o que significa mudar Cabo Verde para o Governo de José Maria Neves. Segundo o Jornal “Já”, entre 2005 e 2009, O Governo já adjudicou directamente, às empresas de construção portuguesas, obras que ultrapassam os 13 milhões de contos. O jornal refere 13 obras que foram adjudicadas por ajuste directo. 13 obras, 13 milhões de contos sem concurso, e em que as nossas empresas foram excluídas, em que os cabo-verdianos foram deixados de fora.


José Maria Neves pede um terceiro mandato, defende que temos boa governação e temos um país de infra-estruturas. É preciso referir também que este é um Governo de ajuste direito. Um Governo que não gosta de concurso, que não gosta de igualdade de oportunidades, que gosta de troca de favores entre camaradas, prejudicando, assim, os nossos empresários. Mais um dos pecados: o estrangulamento da nossa economia.

Estas práticas não se enquadram no conceito de boa governação, por isso, está claro que o PAICV não merece um terceiro mandato.

IV. SINAIS DE DESESPERO E MEDIDAS ELEITORALISTAS: CARTÃO JOVEM

A traição à juventude foi o primeiro dos pecados do Governo apresentados por mim. De facto, em quase 10 anos, o Governo não apresentou nenhuma política para a juventude. Fez aumentar o desemprego entre os mais jovens, esqueceu que os nossos jovens, também, têm direitos, são cabo-verdianos e merecem oportunidades.

Estando no fim do mandato, tendo consciência que nada fez, o Governo resolve apresentar o Cartão Jovem. Trata-se de uma manobra, mais uma propaganda de desespero visando a angariação de alguns votos.

Trata-se de mais um sinal de desorientação do Governo. Foram tantas as falhas deste Governo que não há milagre possível que o possa salvar de perder as eleições.

Porquê só agora o cartão jovem? Porquê só agora o Governo acordou e viu que temos uma sociedade de jovens? Os nossos jovens mereciam e merecem mais.

Tarde demais, o descontentamento é geral. Cabo Verde “mesti muda”.

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