sábado, 20 de março de 2010

O crime compensa

Muitos cabo-verdianos, muitos homens e mulheres, muitos desempregados, gostariam de ter um encontro com o Primeiro-Ministro de Cabo Verde. O homem que tem nas mãos a governação do país e que foi eleito para resolver os problemas dos cabo-verdianos. Muitos gostariam de ter a oportunidade de falar do desemprego, do ensino superior, da saúde, a diáspora gostaria de desabafar ou simplesmente ter uma oportunidade de investir no seu país.

Eu gostaria de falar sobre os sete pecados do Governo. Infelizmente, JMN não tem tempo para receber e ouvir os problemas dos cabo-verdianos. Pelo contrário o homem tenta nos fazer de “bobo” dizendo que está tudo bem, a insegurança só existe na nossa imaginação, o desemprego idem. Quem for tolo ou depende das esmolas do JMN vai repetindo as barbaridades que o homem diz e assim passamos os nossos dias sentindo a dor, afogando no desespero sem esperanças de dias melhores.

Enquanto as nossas mulheres, os nossos filhos, os nossos irmãos esperam e desesperam sem soluções para os seus problemas, enquanto se isolam em casas com grades e cadeados fugindo de um eventual criminoso, enquanto a rua se esvazia ao por sol porque alguém se considera dono de tudo e acima da lei, quer nos levar o telemóvel, a carteira, e por vezes resolve violar as nossas filhas, irmãs, mulheres, enquanto tudo isso acontece na nossa cidade, no nosso país, o Primeiro-Ministro esquece e ignora todos os problemas dos cabo-verdianos e resolve condecorar aqueles que estão a tornar a nossa cidade num verdadeiro caos.

Os thugs serão compensados pelos crimes cometidos. Estes, ao contrário dos cabo-verdianos honestos e trabalhadores, terão direito a um encontro com o JMN. Não se sabe exactamente quais são os problemas que os thugs enfrentam. Contudo, acredito que já devem ter caderno reivindicativo e certamente já haverá um pré-aviso de greve.

O encontro servirá para negociações e no fim darão uma conferência de imprensa apresentando os compromissos do Governo e dos thugs. Entre as reivindicações dos thugs, estarão, seguramente:

Mais e melhores armas;
Desarmamento dos polícias e menos polícias nas ruas;
Proibição de instalação de grades nas janelas;
Extinção das empresas de segurança privada e proibição de guardas nocturnas;
Imunidades para que não possam ser julgados e condenados até as eleições.

Em troca do JMN deverá exigir o voto nas próximas eleições e uma trégua. Os thugs comprometem-se a cometer menos crimes, de modo a criminalidade diminua em, pelo menos, 50% até às legislativas.

Será que o crime realmente compensa ou o JMN julgou que o 1 Abril chegou mais cedo este ano?

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