quinta-feira, 29 de abril de 2010

Bom dia

Hoje acordei, recordando o tempo, ouvindo Pedro Abrunhosa com a música “Beijo”.
Um lindo poema que vale a pena partilhar com os meus leitores.

Não posso deixar que te leve
O castigo da ausência,
Vou ficar a esperar
E vais ver-me lutar
Para que esse mar não nos vença.
Não posso pensar que esta noite
Adormeço sozinho,
Vou ficar a escrever,
E talvez vá vencer
O teu longo caminho.

Quero que saibas
Que sem ti não há lua,
Nem as árvores crescem,
Ou as mãos amanhecem
Entre as sombras da rua.

Leva os meus braços,
Esconde-te em mim,
Que a dor do silêncio X 2
Contigo eu venço
Num beijo assim.

Não posso deixar de sentir-te
Na memória das mãos,
Vou ficar a despir-te,
E talvez ouça rir-te
Nas paredes, no chão.
Não posso mentir que as lágrimas
São saudades do beijo,
Vou ficar mais despido
Que um corpo vencido,
Perdido em desejo.

Quero que saibas
Que sem ti não há lua,
Nem as árvores crescem,
Ou as mãos amanhecem
Entre as sombras da rua.

terça-feira, 27 de abril de 2010

ZAU, A “RAINHA”, EM GRANDE…

Sempre defendi e admirei a Zau. As sondagens publicadas no Liberal, nos últimos dias, confirmam que o desempenho da Super Zau é positiva e que a mesma renovaria o seu mandato se as eleições fossem em Dezembro.

Que ela é a “Rainha” entre os autarcas, não é novidade para ninguém. Seja como for, mais uma vez se confirma o poder, a simpatia, a empatia, o carisma e o trabalho da Zau. Não vale a pena ficar com dores de cotovelo!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

EM DEFESA DA POLÍCIA NACIONAL

Ser Policia é optar por um trabalho duro e arriscado. Devem estar operacionais 7 dias por semana, 24h por dia. A polícia é uma espécie de mistura de todas as profissões, um faz tudo, que de uma forma ingrata, muitos consideram que não faz nada. Da polícia espera-se confiança e segurança.

O papel da polícia é complexa e normalmente ficam conhecidos quando fazem um mau trabalho. Raras vezes, recordamos dos seus méritos. Polícia é, na maioria das vezes, o mau da fita. Aquele que a sociedade condena, que o Governo maltrata.

Muitas vezes, esquecemos que a polícia está integrada dentro de um sistema judicial com muitos actores. Policia faz parte do sistema, tem o seu papel, porém, não tem poderes para fazer tudo e não pode fazer milagres. Infelizmente, como em quase tudo na vida, a corda arrebenta pelo lado mais fraco.

Polícia é uma das mais antigas instituições do Estado, vem do grego politéia (constituição) que surge juntamente com a Cidade-Estado grega entre os séculos VIII e VII a.C15. Este termo remete, por um lado, à ideia de uma instituição específica, a pólis, e, por outro lado, à noção de uma acção que visa manter a unidade dentro da pólis, o Governo. Como forma de estabelecer esta unidade, houve a necessidade de se criar um conjunto de leis e de se ter agentes específicos para garantir o cumprimento das normas. Com isso, já nesse período, observou-se a distinção entre autoridades administrativas que editam as leis, governantes e legisladores, e as que fiscalizam o cumprimento.

A Policia significou, basicamente, tanto na Idade Clássica como na Idade Média, instituições direccionadas para o funcionamento e para a conservação da pólis. A partir do século XIX, a polícia adquiriu um significado mais restrito, passando a direccionar suas actividades para proteger a comunidade dos perigos internos relacionados com a desordem pública, entendida como aquelas manifestações contrárias ao “status quo” político-económico, e com a insegurança pública, entendida como aquelas acções ameaçadoras da integridade física e da propriedade por parte de eventos naturais e inimigos sociais.
O risco desta antiga profissão é cada vez maior. A violência invade o nosso país e as pessoas vivem assustadas, com medo e inseguras. A sensação de impunidade tornou-se uma realidade e o Estado deixou de cumprir as suas funções constitucionais.

A Sociedade, o Estado e a Polícia devem, sempre, estar juntos na busca na paz e da segurança. Só esta união nos permite combater, com eficiência, a violência.

Nos dias de hoje, vivemos com medo de tudo. Medo dos acidentes de trânsito, do terrorismo, das doenças invisíveis, medo da comida e até mesmo medo do sexo. É triste reparar que nem o sexo é mais seguro, o que torna a vida stressante e chata. Deixem-nos pelo menos ter a oportunidade de andar em paz, em segurança nas ruas.

Por tudo isso, é fundamental discutir a questão da segurança com mais rigor e seriedade, com base em pesquisas, argumentos e, envolvendo a Policia, a Sociedade e o Governo.

Vários factores são, normalmente, apontados como causa da criminalidade. Aqui e ali, costumam-se referir, entre outras, as seguintes:

1. Factores socio-económicos (pobreza, agravamento das desigualdades, a tal história do pobre cada vez mais pobre e do rico cada vez mais rico);
2. Crime da instituição familiar e decrescente poder da Igreja;
3. Abando escolar e falta de oportunidades;
4. Politica criminal desadequada à realidade;
5. Inércia do Estado e desmotivação da polícia por falta de meios e condições.

O Governo ainda não se debruçou sobre estas questões, não procurou as causas. Ignora a Polícia e nem sequer lhes aprova os Estatutos. Pior, em vez de pensar na segurança com seriedade, prefere marcar um encontro com os “Thugs”. As vítimas e todos aqueles que, diariamente, combatem a criminalidade foram esquecidos. Grande injustiça e grande inversão da ordem dos valores dos cabo-verdianos.

Pena porque a segurança é um dos fins do Estado, constitucionalmente consagrado.